A customização já é lugar-comum em empresas que usam SAP em suas operações – e querem extrair todo o seu potencial. Para garantir que as alterações sejam de fato benéficas, porém, é crucial testá-las de maneira estratégica.
Testes contínuos, integração contínua e automação de testes são práticas que você não pode deixar de fora nessa empreitada.
Continue a leitura para aprimorar sua execução de testes em ambiente SAP.
Testes Contínuos e Integração Contínua em Ambientes SAP
A falta de uma execução contínua e eficiente de testes pode levar a uma longa série de problemas, tais como: go lives adiados, custos adicionais com mudanças em projetos e horas adicionais de AMS (Application Management Services), multas por atraso ou por entrega de obrigações fiscais com dados incorretos, e perda de controle sobre transporte de requests.
Fazer upgrades do SAP se torna motivo de receio, e a lista de oportunidades perdidas é interminável.
Em contrapartida, ao implementar estrategicamente os testes contínuos e a integração contínua, é possível detectar problemas no início do processo de desenvolvimento, economizando tempo e recursos, evitando a necessidade de retrabalho e correções tardias – além de evitar as situações que enumeramos há pouco.
Melhoria da qualidade do software, redução do risco de regressões e entrega mais rápida de valor aos clientes também são benefícios que merecem destaque.
A integração contínua (CI, ou Continuous Integration) é uma prática fundamental na engenharia de software para integrar, testar e validar o código frequentemente durante o ciclo de desenvolvimento. No contexto SAP, em que sistemas complexos e interconectados são comuns, ela desempenha um papel crucial na garantia da estabilidade e confiabilidade do ambiente.
Cada vez que um desenvolvedor faz uma alteração no código-fonte e a envia para o repositório compartilhado (geralmente um sistema de controle de versão como o Git), uma série de etapas automatizadas são desencadeadas.
Isso inclui a compilação do código, a execução de testes automatizados e a implantação em um ambiente de teste ou pré-produção. Essas etapas garantem que as alterações não introduzam regressões ou problemas de compatibilidade.
Os principais tipos de teste
1. Teste Unitário: Este tipo de teste se concentra na verificação individual de componentes ou unidades de código, como programas ABAP ou objetos de configuração. O objetivo é garantir que cada unidade de código funcione conforme o esperado isoladamente.
2. Teste de Integração: Os testes de integração avaliam a interação entre diferentes unidades de código ou sistemas SAP, garantindo que eles funcionem corretamente juntos. Isso envolve testar a troca de dados entre diferentes módulos do SAP ou entre o SAP e outros sistemas.
3. Teste de Interface: Este tipo de teste se concentra na verificação das interfaces do usuário e de integração do SAP. Ele avalia se as interfaces do usuário são intuitivas e fáceis de usar, e se as integrações com outros sistemas funcionam conforme o esperado.
4. Teste de Aceitação do Usuário: Também conhecido como UAT (User Acceptance Testing), este teste é conduzido pelos usuários finais para validar se o sistema atende aos requisitos de negócios e se está pronto para ser implantado em produção.
5. Teste de Desempenho: Este tipo de teste avalia o desempenho do sistema SAP em condições de carga de trabalho típicas e pesadas. O objetivo é identificar possíveis gargalos de desempenho e garantir que o sistema possa lidar com o volume esperado de transações.
6. Teste de Segurança: Os testes de segurança avaliam a segurança do sistema SAP, identificando vulnerabilidades e garantindo que medidas adequadas de segurança estejam em vigor para proteger os dados e os recursos do sistema.
7. Teste de Dry Run: Um teste de dry run é uma simulação de um processo ou procedimento sem realmente executá-lo em produção. É uma maneira de testar um novo processo ou procedimento no ambiente SAP sem afetar os dados ou as operações reais.
8. Teste de Regressão: Este tipo de teste verifica se as alterações feitas no sistema SAP não introduziram regressões, ou seja, se não causaram impacto negativo em funcionalidades existentes. Ele é especialmente importante após atualizações de sistema, aplicação de correções ou implementação de novas funcionalidades.
3 ferramentas para Integração Contínua no SAP
Entre as muitas ferramentas de CI para ambientes SAP, o Jenkins é uma das mais populares e flexíveis, permitindo a configuração de pipelines de integração contínua personalizados. Com suporte para plugins específicos do ecossistema, pode se integrar facilmente aos sistemas SAP e automatizar tarefas como transporte de objetos, execução de testes e implantação.
Outra opção é o Azure DevOps, que oferece uma solução integrada para controle de versão, gerenciamento de projetos e automação de pipelines de CI/CD. Com suporte para repositórios Git e integração nativa com o SAP Solution Manager, o Azure DevOps permite uma integração contínua eficiente.
Uma terceira opção é o SAP Solution Manager: além de suas funcionalidades de gerenciamento de ciclo de vida de aplicativos (ALM), o Solution Manager oferece recursos para automação de testes, gerenciamento de transportes e monitoramento de sistemas SAP, facilitando a implementação de processos de CI.
Automatizando Testes em SAP S/4HANA
É impossível falar em testes contínuos e integração contínua em SAP sem falar em automação de testes. Entre os muitos benefícios que ela traz, podemos listar a redução do esforço manual, a melhoria da qualidade do software e o aumento da velocidade de entrega.
Naturalmente, alcançar esses benefícios demanda uma atuação estratégica, que vai da identificação de casos de teste adequados para automação à criação de scripts robustos e à integração da automação de testes em pipelines de CI/CD.
Frameworks de Automação e Melhores Práticas
No universo SAP S/4HANA (a atual e mais completa versão do SAP), a automação de testes é essencial para garantir a qualidade e a eficiência dos processos de desenvolvimento e manutenção. Para isso, diversas ferramentas e frameworks foram desenvolvidos para atender às necessidades específicas desse ambiente complexo.
Dois dos principais frameworks de automação utilizados são o SAP Test Automation Framework (SAP TAF) e o SAP CBTA (Component-Based Test Automation).
SAP TAF
O SAP TAF é uma ferramenta poderosa que permite a automação de testes em diversos módulos e funcionalidades do SAP S/4HANA. Ele oferece recursos avançados para a criação e execução de casos de teste automatizados, bem como para a geração de relatórios detalhados de resultados. Além disso, é altamente integrado ao ambiente SAP, facilitando a execução de testes em ambientes controlados e a realização de testes de regressão automatizados.
SAP CBTA
Já o SAP CBTA é uma ferramenta baseada em componentes que permite a automação de testes em nível de interface do usuário. Ele permite gravar e reproduzir interações com a interface do SAP S/4HANA, simplificando o processo de criação de casos de teste automatizados. Com o SAP CBTA, os testadores podem criar rapidamente scripts de teste que abrangem uma ampla gama de cenários de uso, garantindo uma cobertura abrangente dos testes.
Melhores práticas para a automação
Além de escolher um framework adequado, é fundamental seguir as melhores práticas de automação de testes para garantir o sucesso do processo. Isso inclui:
- a manutenção regular dos scripts de teste para garantir que estejam atualizados e funcionando corretamente;
- a execução de testes em ambientes controlados para garantir a consistência dos resultados;
- e a realização de testes de regressão automatizados para identificar possíveis problemas após alterações no sistema.
Outras práticas recomendadas: a criação de casos de teste reutilizáveis e modulares, a adoção de padrões de nomenclatura consistentes para facilitar a manutenção dos scripts e o uso de ferramentas de gerenciamento de testes para acompanhar e documentar o progresso dos testes ao longo do tempo.
Desafiador? Certamente.
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