Sprints ágeis em modelo híbrido: como fazer?

Em 2020 vimos uma forte ascensão do trabalho remoto e, em 2021, o modelo híbrido foi ganhando cada vez mais espaço. Uma transição que à primeira vista parece simples (afinal, se as pessoas conseguem trabalhar bem presencialmente e bem remotamente, qual o problema de um meio-termo?) traz seus próprios desafios.

Um dos maiores é a realização de sprints ágeis de maneira flexível e eficiente.

O erro do descompasso

Antes de falar dos prints em um regime híbrido, cabe uma pequena revisão: na metodologia de trabalho ágil, há cerimônias a serem cumpridas rotineiramente para organizar as ações e manter o projeto fluindo. O modelo mais tradicional é o do sprint ágil de duas semanas, com atividades-chave de planejamento, scrum diário, refinamento do backlog, review e retrospectiva.

O grande erro está em não reconhecer, entre as etapas, quais são melhor executadas com os membros da equipe “isolados”, e quais são melhor executadas com todos juntos no mesmo ambiente.

É uma falha muito comum numa abordagem que está mais centrada na locação (na ideia de “precisamos reunir todo mundo periodicamente, não importa o dia da semana”) do que no aspecto humano do trabalho.

Sinergia híbrida

Cada organização precisa entender o próprio cenário e identificar quando vale a pena reunir o time, e quando é melhor que cada um trabalhe de maneira assíncrona. Contudo, há algumas orientações gerais que podem ajudar nessa análise.

No caso do scrum diário, por exemplo, não é preciso que todos passem o dia todo juntos. Afinal, a cerimônia toma apenas uma pequena parte do expediente (15 minutos, por padrão), e pode ser feita de maneira remota. Nos primeiros dias do sprint, com o início do planejamento, pode ser interessante que estejam todos juntos, mas isso não é regra.

Nos dias em que está programado apenas o scrum diário, normalmente é melhor que cada membro da equipe esteja no ambiente que prefere (presencial ou em casa), contanto que consiga manter a produtividade. Isso varia de pessoa para pessoa, e também de acordo com cada equipe.

No último dia da sprint, por sua vez, reunir a equipe presencialmente pode ser de grande valia. É possível incorporar, junto à retrospectiva, sessões de onboarding, mentoria e team-building. O ambiente e o trabalho em sincronia podem trazer reflexões valiosas para a próxima sprint.

Planejamento e intenção

Por trás do já mencionado erro do descompasso normalmente há três falhas: suposições infundadas a respeito de eficiência; desconhecimento a respeito das necessidades individuais e da equipe; e a adoção de uma abordagem única e inflexível para todos os times.

Já na base de um bom framework ágil em um cenário híbrido estão a flexibilidade; o conhecimento a respeito da realidade de cada equipe e de cada colaborador; a busca contínua por aprimoramento do framework; e o foco em alcançar eficiência e inovação a partir dos talentos de cada um. Para isso é necessário se basear em dados concretos e no conhecimento a respeito da organização como um todo.

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