A crescente digitalização das organizações eleva o protagonismo do Chief Data Officer (CDO) – e as expectativas se elevam na mesma medida. Mudanças no papel do CDO já haviam sido previstas em um estudo publicado pelo Gartner em 2018.
Como veremos, é natural que o CDO passe a ser visto como um agente de transformação dentro do negócio, sem estar limitado a questões que envolvem tecnologia.
Quais deveriam ser as suas prioridades nesta jornada? Arvind Murali, membro do Conselho Tecnológico da Forbes e Chief Data Strategist da Perficient, enumerou uma série de recomendações em artigo publicado na Forbes.
Formalizar o peso dos dados nas estratégias de negócio
Um bom ponto de partida seria determinar o valor, para a organização, de cada iniciativa de negócio. Isso envolve estabelecer KPIs para guiar a avaliação e definir os dados necessários para executar a iniciativa.
Neste processo (e nos demais, sobre os quais falaremos na sequência), os dados deixam de ser algo acessório e se tornam assets valiosos para a empresa. É uma mudança de paradigma na qual o CDO desempenha um papel fundamental.
Estabelecer e comunicar uma estratégia de Dados e Análise (DnA)
Uma moderna e sólida estratégia de Dados e Análise deve estar atrelada a estratégias de negócio como expansão de operações, otimização de processos e privacidade de dados (especialmente tendo em vista a LGPD e a GDPR).
Dada a importância dos dados nesta era digital, é importante que o acesso a eles seja democratizado dentro da organização, evitando a criação de silos. Isso traz ao menos dois desafios: a estrutura (que deve ser segura e funcional) e a cultura (próximo tópico).
Também é crucial que o CDO compartilhe sua visão com os demais membros da organização, já que, se implementadas, suas estratégias afetam a todos.
Promover mudanças de cultura e processos
Uma cultura orientada a dados é cada vez mais desejada neste contexto de acelerada transformação. Quanto mais tempo uma organização tem de caminhada, porém, mais desafiador é promover mudanças dentro da cultura organizacional.
Para se estabelecer uma estrutura que organize os dados e facilite as análises, é necessário que os membros da equipe entendam a importância dos dados no desenvolvimento do negócio. Sem uma cultura orientada a dados, o risco de processos e sistemas serem subutilizados ou até ignorados é grande.
Já no caso de empresas mais jovens, com uma cultura mais flexível, há uma tendência a considerar cuidados com governança excessivamente burocráticos. É fundamental que o CDO saiba conduzir a incorporação destes e de outros elementos dentro da empresa.
Em suma, o CDO deve ajudar a organização a extrair ao máximo o valor potencial dos dados obtidos. Isso exige estratégias sólidas, elevada capacidade de análise para obter insights, e conhecimento sobre as responsabilidades envolvidas no manuseio das informações.