Guia básico para Crowdtesting: Fundamentos, Vantagens e Casos de Uso

Abrangente, flexível e variado, o crowdtesting é uma modalidade de testes que vem ganhando destaque nos últimos anos. No crowdtesting (“teste de multidão”, em tradução livre), você conta com o apoio de um grupo de usuários reais para testar seu aplicativo, site ou sistema – e recebe insights que poderia não conseguir apenas por meio de testes tradicionais.

Continue a leitura para descobrir o funcionamento, as vantagens e os melhores casos de uso para crowdtesting.

O que é crowdtesting?

A essência do crowdtesting está em envolver uma multidão de testadores externos, com os mais diversos perfis, dispositivos, perspectivas, condições de uso e níveis de experiência, na busca por melhorar a qualidade de uma aplicação ou site.

Embora guarde algumas semelhanças com beta testing (já que envolve grupos de usuários selecionados realizando testes), o crowdtesting tem um escopo distinto: diferentemente do que ocorre no beta testing, os usuários são orientados a buscar ativamente por bugs e outros problemas de qualidade, ao invés de apenas usar o aplicativo por conta própria. Além disso, há uma seleção mais estruturada dos testadores que farão parte do grupo.

Também é diferente do outsourced testing tradicional, em que os testadores são profissionais que fazem parte da empresa que presta o serviço. No crowdtesting, há uma grande variedade, que pode englobar tanto pessoas sem qualquer experiência em TI quanto profissionais da área.

As principais vantagens do crowdtesting

Essa abordagem traz uma série de vantagens, das quais podemos destacar:

Diversidade de testadores: Com o crowdtesting, você tem acesso a uma ampla variedade de testadores com diferentes experiências, habilidades e perspectivas, o que pode tornar mais eficaz a detecção de bugs e problemas de usabilidade.

Cobertura abrangente: O crowdtesting engloba uma ampla gama de dispositivos, sistemas operacionais, navegadores da web e ambientes de uso do software. Isso ajuda a garantir uma cobertura abrangente dos testes em diferentes cenários de uso.

Proximidade com cenários de uso reais: Como os testadores usam seus próprios dispositivos, é possível fazer testes que se aproximem de situações reais de uso – algo que nem sempre é possível em ambientes de teste controlados, em que normalmente os dispositivos são resetados para condições de fábrica ao longo dos processos de teste.

Flexibilidade: As empresas podem facilmente ajustar o número de testadores, dispositivos e escopo dos testes conforme necessário. Essa flexibilidade permite uma alocação eficiente de recursos e uma resposta rápida a mudanças nos requisitos do projeto.

Agilidade dos feedbacks: Normalmente, a estrutura de entrega de relatórios no crowdtesting permite que os testadores mostrem rapidamente os resultados encontrados, agilizando os feedbacks e, consequentemente, os processos de correção.

As etapas do crowdtesting

Um processo de crowdtesting pode ser dividido em 5 etapas:

1. Planejamento

Da mesma maneira que ocorre em qualquer processo de testes, o primeiro passo é definir os objetivos do teste, o escopo do projeto e os requisitos de qualidade. Isso envolve identificar as áreas específicas a serem testadas, os critérios de aceitação e as métricas de sucesso.

Também é importante determinar o perfil dos testadores necessários para o projeto, incluindo suas habilidades, experiência e dispositivos disponíveis.

2. Recrutamento

Feito o planejamento, tem início o processo de recrutamento de testadores. Isso pode ser feito por meio de plataformas de crowdtesting ou agências especializadas, que têm acesso a uma ampla base de testadores qualificados. Durante o recrutamento, é importante garantir que os testadores selecionados atendam aos critérios definidos no planejamento.

Existem dois tipos de provedores de serviços de crowdtesting: vetted (verificados) ou unvetted (não verificados). No caso dos verificados, há uma série de procedimentos rigorosos de pré-seleção e qualificação dos testadores; isso não ocorre nos não verificados, que são mais flexíveis na hora de receber testadores em sua base. É preciso levar em conta o custo-benefício na hora de fazer a escolha do tipo de provedor.

3. Execução

Os testadores realizam uma variedade de atividades, como testes de funcionalidade, usabilidade, compatibilidade e desempenho, de acordo com os casos de teste definidos. Durante esta fase, eles documentam cuidadosamente qualquer problema encontrado, incluindo detalhes sobre a reprodução do bug e o ambiente de teste.

4. Análise

A fase de análise envolve revisar os relatórios de bugs e classificá-los com base na gravidade e na prioridade. Também é importante realizar uma análise mais ampla dos padrões e tendências observadas nos resultados dos testes para identificar áreas de melhoria no software e aproveitar ao máximo os insights obtidos.

5. Finalização

Finalmente, os resultados dos testes são compilados em relatórios que documentam os bugs encontrados, as áreas de melhoria e as recomendações para correção. Estes relatórios são compartilhados com a equipe de desenvolvimento e outras partes interessadas, que usam as informações para priorizar e corrigir os problemas identificados durante os testes.

Melhores casos de uso para crowdtesting

Existem pelo menos 5 casos de uso para os quais o crowdtesting pode ser especialmente útil:

1. Testes de Usabilidade em diferentes contextos culturais

O crowdtesting é ideal para testes de usabilidade em diferentes contextos culturais por conta da sua possibilidade de recrutar testadores de diversas regiões. Isso permite que as empresas obtenham feedback autêntico sobre a experiência do usuário em diferentes culturas, idiomas e hábitos de uso, garantindo que o software seja intuitivo e fácil de usar para todos os usuários, independentemente da sua localização.

O que nos leva ao próximo caso.

2. Testes de Localização e Internacionalização

Por conta da possibilidade de recrutar testadores de diferentes nacionalidades e idiomas, o crowdtesting é especialmente indicado para testes de localização e internacionalização. As empresas conseguem identificar problemas de tradução, adaptação cultural e formatação em diferentes idiomas e regiões geográficas, garantindo que o software seja localizado e internacionalizado corretamente para atender às necessidades dos usuários em todo o mundo.

3. Testes de Compatibilidade em diversos dispositivos e navegadores

Com a proliferação de dispositivos e navegadores, garantir a compatibilidade do software em uma ampla variedade de plataformas é especialmente desafiador.

O crowdtesting oferece acesso a uma grande variedade de dispositivos, sistemas operacionais e navegadores da web, permitindo que as empresas testem a compatibilidade de forma abrangente e identifiquem problemas de exibição ou funcionalidade em diferentes ambientes.

4. Testes de Segurança e Análise de Vulnerabilidades

É possível incluir profissionais de cibersegurança em um grupo de crowdtesting, que podem realizar testes de penetração, análise de vulnerabilidades e avaliação de riscos para identificar ameaças potenciais, brechas de segurança e pontos fracos no software.

5. Testes de Experiência do Usuário em ambientes reais

Para avaliar a experiência do usuário em situações do mundo real, como em dispositivos móveis enquanto o usuário está em movimento ou em condições diversas de disponibilidade de serviço, o crowdtesting é altamente recomendado.

Os testadores podem fornecer feedback autêntico sobre a usabilidade, desempenho e funcionalidade do software em diferentes cenários de uso, ajudando as empresas a identificar problemas e oportunidades de melhoria na experiência do usuário.

Dito tudo isso, é importante ressaltar que o crowdtesting não substitui outras modalidades de teste (como beta testing, outsourced testing e testes realizados dentro da organização): ele deve ser usado em conjunto com elas, de modo a tornar o seu processo de QA mais abrangente e eficiente.

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