Equipes avançaram um longo caminho a partir de testes de softwares manuais e monolíticos até a automação. Praticamente todos os entrevistados para o relatório da Kobiton, The State of Software Test Automation 2022, estão usando hoje alguma forma de automação em seus testes de software, mas há uma considerável lacuna entre o que estão fazendo agora e onde desejam chegar. O relatório traz ainda a percentagem de testes automáticos realizados hoje, fatores que impulsionam a adoção da automação e tendências de hiperautomação. Mas será que incertezas econômicas podem retardar algumas tendências de automação para 2023?
As equipes de desenvolvimento de software querem aumentar as iniciativas de automação de testes para poder executá-los e atualizá-los mais rápido e com mais frequência. Mas atualmente ainda é necessário muito esforço humano para isso. Quando a era da hiperautomação chegar, será mais fácil escalar iniciativas de automação sem encargos indevidos. O momento é bom para as organizações (30% delas) que têm como prioridade iniciar ou ampliar seus programas de automação de testes, de acordo com o relatório.
À medida que a automação de testes vai se tornando convencional, mais e mais testadores desejam aumentar o percentual de testes automatizados. Pouco mais de 32% deles querem automatizar entre 50 e 75% dos testes. Já quase 20% dos entrevistados almejam ir além dos 75% dos testes. Ao alavancarem seus testes, 29% dos líderes e testadores de TI ouvidos na pesquisa consideram como fator de sucesso a velocidade na entrega, 29% as horas de trabalho humano economizadas e 24% o número de erros encontrados.
A TI corporativa tende a ser orientada por custos. Apesar da questão orçamentária ser sempre um fator crítico, em última análise a maioria das organizações está automatizando testes de software para melhorar a usabilidade (40%), as funcionalidades de seus aplicativos (34%) e para acelerar time to market (13%). Apenas 9% dos entrevistados apontam os custos como seu principal fator de automação.
Isso demonstra, segundo a pesquisa, que a TI se tornou nos últimos anos uma unidade de negócios mais estratégica. Não é apenas um centro de custos. Os testes também não são mais uma etapa final antes da implantação nem um gargalo manual. Em resumo, os testes automatizados estão sendo usados para melhorar a experiência do cliente e desbloquear novas oportunidades de negócios.
O relatório destaca as três principais tendências em automação de testes de software: não precisa ser técnico para criar ou atualizar testes, não há necessidade de ser técnico para
entender e analisar os resultados de testes e, por fim, tudo pode ser acelerado pelo uso de Inteligência Artificial/Machine Learning.
Mesmo grandes equipes precisam fazer verdadeiros malabarismos para cumprir todas as tarefas. Por isso, plataformas de testes que incorporam low-code e no-code expandem o número de pessoas com capacidade para construir, implementar, manter e atualizar testes de software. A complexidade do código ainda é vista por 1/3 dos respondentes como uma surpresa negativa na implementação da automação de testes.
As plataformas de testes também tornaram mais fácil entender os resultados dos testes manuais e automatizados. Interfaces do usuário e contextos simplificados e intuitivos ajudam a ampliar a compreensão dos testes. Já no que se refere ao uso da IA/ML, a automação da automação, ainda há um potencial inexplorado de otimização para o máximo impacto de ROI. O relatório da Kobiton conclui que a adoção generalizada de automação, histórias iniciais de sucesso e maturidade tecnológica culminam em um momento incrível para a adoção de um programa de expansão da automação. Isso porque a nova era da automação de testes de software, a hiperautomação, está chegando. Já uma publicação da Forrester com previsões para 2023 diz que a incerteza econômica irá retardar algumas tendências de automação mesmo com os benefícios comprovados nos últimos anos. Na opinião dos especialistas, a incerteza econômica está impulsionando uma abordagem mais racional que aproveita as pausas na transformação para se concentrar nos principais impulsionadores do negócio, como resiliência e eficiência.
Os esforços serão recompensados para aqueles com coragem para se ajustar às realidades de 2023, mas também dobrarão a automação para obter vantagem competitiva. Entre as principais constatações do estudo estão: a automação orientada a dados estará em alta, a escassez de habilidades retardará o progresso da automação e, por fim, 25% dos CoEs de automação serão reorganizados para dar suporte ao desenvolvimento unificado.
Em relação aos Centros de Excelência (CoEs), a Forrester acredita que depois do destaque que ganharam a partir de 2019, no próximo ano os CoEs migrarão tarefas de execução, como treinamento e implementação, para as principais linhas de negócios que eles suportam. As funções estratégicas como revisão de segurança e arquitetura de automação, por exemplo, permanecerão nos COEs de automação. Melhorias de software de baixo código e o desejo de unificar para alcançar escala impulsionarão essa mudança. A forrester promete um 2023 emocionante para a automação.