Introdução
Os avanços tecnológicos sempre estiveram na vanguarda do progresso humano, moldando a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos. Nos últimos anos, consolidou-se uma categoria de tecnologias conhecida como deep tech, ou tecnologia profunda. O termo é utilizado para descrever tecnologias baseadas em descobertas científicas que apresentem soluções inovadoras para enfrentar desafios sociais, como por exemplo mudanças climáticas, produção de alimentos, doenças crônicas, reciclagem de resíduos e muito mais.
Diferentemente das tecnologias convencionais, a deep tech se baseia em avanços nos campos da inteligência artificial, biotecnologia, robótica e nanotecnologia, e seu imenso potencial para remodelar os setores, resolver problemas complexos e trazer melhorias significativas em vários aspectos de nossas vidas. Este artigo explora o impacto da tecnologia profunda sobre o futuro da tecnologia e suas implicações para a sociedade.
Deep tech: a tecnologia como nunca vista antes
A deep tech aborda os problemas em um nível muito mais profundo, que vai além das correções superficiais. As inovações de tecnologia profunda têm o potencial de aumentar significativamente a produtividade e abrir novas possibilidades. A tecnologia profunda também apresenta oportunidades para avanços em energia renovável, mitigação de mudanças climáticas e práticas sustentáveis. Materiais avançados e nanotecnologia podem possibilitar painéis solares mais eficientes, sistemas de armazenamento de energia e tecnologias de purificação de água, por exemplo.
A automação e a robótica com tecnologia de IA já estão simplificando os processos de fabricação, aumentando a eficiência e reduzindo os erros. À medida que a IA continua avançando, espera-se que ela assuma o controle de tarefas repetitivas do dia a dia, liberando recursos humanos para empreendimentos mais criativos e estratégicos.
Os empreendimentos de tecnologia profunda bem-sucedidos tendem a ter quatro atributos complementares: são orientados para o problema, se concentram na solução de questões amplas e fundamentais; operam na convergência de tecnologias, com 96% deles usando pelo menos duas tecnologias; desenvolvem principalmente produtos físicos ao invés de software; e, por último, estão no centro de um ecossistema profundo, que reúne centenas de universidades e laboratórios de pesquisa.
Apesar dos riscos inerentes de fracasso, empresas e investidores demonstram interesse crescente em tecnologia profunda. Nos últimos anos, os investimentos privados, participações minoritárias, fusões e aquisições e IPOs mais que quadruplicaram. Além de os empreendimentos em tecnologia profunda serem orientados para a resolução de problemas e trabalharem com convergência de tecnologias que potencializam a inovação, adotam o ciclo design-build-test-learn (DBTL). Isso reduz os riscos e acelera o desenvolvimento de produtos e o tempo de comercialização.
Os empreendimentos de tecnologia profunda possuem outros desafios. Ao contrário das startups de tecnologias comuns, as empresas de tecnologia profunda têm como regra um grande ciclo de pesquisa e desenvolvimento, o que torna seus projetos mais demorados e consomem mais recursos. Adicionalmente, é difícil demonstrar o potencial de uma ideia e explorá-la devido à complexidade dos desafios que são abordados.
Some-se a isso as dificuldades de financiamentos e de recursos consideráveis necessários para iniciar o desenvolvimento do projeto; dificuldades de expansão devido ao orçamento limitado; necessidade de ultrapassar os limites da ciência enquanto abordam desafios e questões agudas e de grande escala; além da necessidade de “reimaginação” para encontrar o melhor modelo para reformular processos ou resolver problemas específicos.
Apesar desses entraves que podem levar ao fracasso, soluções de tecnologia profunda ainda têm excelente perspectiva de crescimento em áreas como baterias sustentáveis, robôs cirúrgicos, acesso à internet via satélite, robôs ágeis, plataformas alimentadas por IA e outras soluções que têm potencial para melhorar significativamente a qualidade de vida da humanidade.
Deep tech depende de investimento contínuo em diversos setores
Para realizar plenamente o potencial da tecnologia profunda e mitigar seus desafios, a colaboração entre a academia, o setor privado e o governo é fundamental. Os pesquisadores precisam ter acesso a recursos, financiamento e dados do mundo real para avançar nas inovações da tecnologia profunda.
As parcerias entre os setores são essenciais para ampliar as tecnologias, colocá-las no mercado e impulsionar o crescimento econômico. Os governos desempenham um papel fundamental na criação de estruturas regulatórias de apoio e na abordagem de preocupações éticas relacionadas à tecnologia profunda, como privacidade de dados, viés algorítmico e deslocamento de empregos.
Conclusão
Em conclusão, a tecnologia profunda, ou deep tech, representa um conjunto de inovações baseadas em descobertas científicas que oferecem soluções revolucionárias para enfrentar desafios sociais prementes, desde mudanças climáticas até doenças crônicas. Diferentemente das tecnologias convencionais, a deep tech é impulsionada por avanços em campos como inteligência artificial, biotecnologia, robótica e nanotecnologia, prometendo remodelar setores e melhorar diversos aspectos de nossas vidas.
Essas inovações não só têm o potencial de aumentar a produtividade e abrir novas possibilidades, mas também abordar problemas de forma mais profunda e sustentável. Com empreendimentos de tecnologia profunda orientados para a resolução de problemas amplos e fundamentais, apoiados em colaborações entre academia, setor privado e governo, existe a perspectiva de um futuro promissor em diversos setores.
No entanto, é importante superar os desafios financeiros, regulatórios e técnicos para que essas tecnologias floresçam plenamente e alcancem seu potencial transformador. A contínua colaboração e investimento nos diversos setores são fundamentais para que a tecnologia profunda continue avançando e impactando positivamente nosso futuro.